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A Disrupção Não é Tão Nova: IA no Processo Criativo

Foto do escritor: Ivan Sasha Viana StemlerIvan Sasha Viana Stemler

No meu post anterior, discutimos como a IA está transformando o processo criativo.

Vilém Flusser: Visionário. Refletiu sobre a evolução do pensamento maquínico e suas implicações para a criatividade na era digital. Autor de "A filosofia da caixa preta"


Mas, dado que a discussão é tão profunda, resolvi expandir um pouco cada aspecto dela. Vamos começar falando sobre Vilem Flusser.


Flusser, em seu livro "Filosofia da Caixa Preta," argumenta que a fotografia já nos programou para pensar "informaticamente, aparelhisticamente e imageticamente". Ele sugere que estamos, de maneira espontânea, pensando como computadores, pois a fotografia, nosso modelo, nos programou para isso. Essa perspectiva nos ajuda a entender que a IA no processo criativo não é uma novidade disruptiva, mas uma continuação de um movimento que já começou lá com a fotografia analógica e já estava em movimento com a arte digital como um todo.


Walter Benjamin, em "A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica," também contribui para essa discussão ao argumentar que a reprodução técnica destrói a "aura" da obra de arte, mudando nossa relação com ela. A IA segue essa trilha ao permitir a criação de obras que podem ser reproduzidas infinitamente, mas sem a aura original (e aí, isso é bom ou ruim? O Benjamin argumenta pros dois lados...).


No meu Projeto Final, argumentei que a IA não está criando uma nova forma de arte, mas sim expandindo as possibilidades do que já existe. As ferramentas de IA como o DALL-E, por exemplo, utilizam descrições textuais para gerar imagens inéditas, algo que parece revolucionário, mas que é, na verdade, uma extensão do que a fotografia e outras tecnologias já vinham fazendo: ampliar nossa capacidade de criar e reproduzir.


(Eu sou um entusiasta, mas se você for mais apocalíptico, no meu trabalho eu discuti uma ruma de problema que esse processo traz! ;) )


Essa visão é corroborada pelo trabalho de Paul Rand, que argumenta que, sem estética, o computador é apenas uma máquina veloz sem mente, produzindo efeitos sem substância. A IA, portanto, precisa da criatividade humana para realmente fazer a diferença no campo artístico.


Então, enquanto a IA continua a evoluir, é fundamental reconhecer que essa "nova" disrupção está enraizada em uma história de transformação tecnológica que começou bem antes de sua chegada.

Quem quiser conferir mais detalhes sobre esse trabalho, tá aí o link: Projeto Final.

 
 
 

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